Prólogo

Gostaria de explicar, ao menos entender porque comecei a escrever poesia ou algo do gênero, e como tudo começou. Minhas lembranças me levam, antes mesmo de minha adolescência, independente da minha vontade, parece ser tudo coisa da estupidez do momento ou obra do acaso. Como explicar a vida ou uma existência?

Também não se trata de um dom, escrever como faço é mais um tipo de compulsão, esta aqui é a minha. Assim, convido o leitor a tentar entender minha viagem de vida, meus pensamentos, delírios e outras loucuras próprias. O que procurava? Nem sei, mas não consigo viver sem pensar, sentir sem registrar tudo em algum lugar, o transcrito aqui é o transbordar da minha individualidade, além do suportável por ela.

Se é possível definir o que faço, o leitor verá como o lirismo, o romantismo, o niilismo e a inocência perdida se fundiram de tal forma, tornando um ser perdido e apartado do momento. Minha energia se foi, e o Universo que a tenha em bom lugar. Decidi que esse momento era o propício para iniciar este projeto, não me perguntem porque, não tenho esta resposta no momento.

Os textos postados aqui são de minha autoria , não estão em ordem cronológica, mas conforme os postarei aqui. Sempre assinei meus textos com o pseudônimo "EU". Nem tudo será poesia, nem tudo será coerente ou sábio. Afinal, posso ser tudo, menos sábio...

EU

sábado, 14 de abril de 2007

Carta

Sou como o Universo,
sempre estive ali,
sempre vou existir para você,
represento o que de mistério a vida ainda pode ti levar,
entre o amanhecer e o por do sol,
entre o teu sonhar e o mundo do teu prazer.

Sou como cada segundo que não pertence a você.
Um fundo de céu,
como a paisagem que te cerca e acalenta cada temor,
cada sonho seu.

Quero me afastar de você,
tanto como quero que a vida me leve para qualquer lugar,
queria que fosse para longe de você.
Já pus nisso decisão, loucura, ato, força.
Mas você parece não querer,
gosta de arranhar minha loucura
como se fosse sua própria pele.
Você parece gostar de me ver sangrando
e de fazer o mesmo com você.

Eu sei que o mundo do teu sentir, me pertence,
mas teu sentido assim me faz sangrar,
minha alma ao lado de você cospe seu último limiar de vida.
Desfazendo-me assim só vou conseguir ti alimentar por mais alguns instantes.

Entre, o não conseguir dormir,
o não conseguir me alimentar de mais nenhum outro sonho,
esbarro com seu ser.
Algo como flutuar entre teus pensamentos,
sabendo de cada suspirar seu.
Já ti disse não conseguirei viver entre a loucura de ti ter
e o sonho de nunca mais ti ver.

Deixe-me, ou cuida de mim,
vive comigo ou me solte para ter minhas últimas viagens de vida.
Ficarei em paz se não olhar mais para você,
tanto quanto não conseguirei mais respirar.
O levantar do sol me avisa que existe um corpo em mim,
meu ser é mortal, por mais que perto de você
ele se esqueça disso.

Sem poder agir, sem poder fugir, sem querer fingir. Estou aqui.
Pode ser que seja ti esperando,
pode ser que seja desesperando,
pode ser que nem seja,
que nem eu mesmo saiba,
se tudo é mero acaso de ainda continuar ti amando...

Eu

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