Afinal, o estilo é aquilo que diferencia o meramente comercial, do comercial com conteúdo artístico. De outra forma, é o estilo que diferencia o modismo, da vanguarda, a cópia, a falsificação do original. Ter estilo é ser criativamente natural. Ser diferente mesmo não querendo, ser apartado mesmo querendo ser comum.
É o estilo que diferencia a pornografia do erotismo, a sofisticação da futilidade, a riqueza da ostentação. Ele é a estrela que brilha, mesmo longe do foco. Uma linha tão tênue quanto possível. Porque duas obras com o mesmo conteúdo, uma poderá ter estilo e a outra não, assim como duas ações com a mesma finalidade.
A excessiva visualização em nossa sociedade, apenas demonstra à obsessiva busca por estilo, sem, no entanto, chegar a ele. A saturação não leva ao estilo, não eleva ao ser, apenas enfatiza o vazio da aparência. Trata-se da armadilha estética multiplicada pelo egoísmo e o egocentrismo. Nossa sociedade é um ente vazio de estilo, dominado por modismos e o egocentrismo é seu centro. Até o egoísmo perdeu sua vez, em nosso universo autista.
A imagem pode ter estilo natural, pode ser modificada e manipulada de forma mais radical em busca do estilo, não requer conteúdo construído, pode ser apenas o estilo instintivo. Assim, é a melhor das escolhas para nosso conjunto vazio moderno.
Por fim, a estética tornou-se jovem, ou melhor, um culto a juventude, um horror ao envelhecimento, e por fim a morte. Afinal, o culto total ao parecer, deve ser mantido sobre a crença que durará para sempre. E como tudo é vazio de conteúdo, o acumulo dele que a experiência trás, não deve ser mostrado, melhor pode até dirigir o show, mas nunca participar dele.
Não existe forma melhor aqui que uma mulher jovem e bela, sua superexposição será feita até o limite, por fim, será descartada, por outra mais jovem, afinal o espetáculo não envelhece, só seus artistas. E ter estilo é o oposto, ele nunca envelhece e não depende da beleza estética. Pode ser natural ou adquirido pela experiência.
Ter estilo é antes de tudo assumir nossa perenidade e a frugalidade do presente. Somos nós que passamos, deixados para trás pelo tempo.
Eu
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