Prólogo

Gostaria de explicar, ao menos entender porque comecei a escrever poesia ou algo do gênero, e como tudo começou. Minhas lembranças me levam, antes mesmo de minha adolescência, independente da minha vontade, parece ser tudo coisa da estupidez do momento ou obra do acaso. Como explicar a vida ou uma existência?

Também não se trata de um dom, escrever como faço é mais um tipo de compulsão, esta aqui é a minha. Assim, convido o leitor a tentar entender minha viagem de vida, meus pensamentos, delírios e outras loucuras próprias. O que procurava? Nem sei, mas não consigo viver sem pensar, sentir sem registrar tudo em algum lugar, o transcrito aqui é o transbordar da minha individualidade, além do suportável por ela.

Se é possível definir o que faço, o leitor verá como o lirismo, o romantismo, o niilismo e a inocência perdida se fundiram de tal forma, tornando um ser perdido e apartado do momento. Minha energia se foi, e o Universo que a tenha em bom lugar. Decidi que esse momento era o propício para iniciar este projeto, não me perguntem porque, não tenho esta resposta no momento.

Os textos postados aqui são de minha autoria , não estão em ordem cronológica, mas conforme os postarei aqui. Sempre assinei meus textos com o pseudônimo "EU". Nem tudo será poesia, nem tudo será coerente ou sábio. Afinal, posso ser tudo, menos sábio...

EU

domingo, 1 de novembro de 2009

Mundo Imaginário

No mundo de imagens, onde o parecer suplantou o ser, os detalhes, as nuanças tornaram-se essenciais, porque, afinal, nos tempos modernos, em que a arte morreu, e o conteúdo passou a ser mero detalhe copiado e falsificado a cada momento, são os pequenos traços que revelam o estilo, o verdadeiro conteúdo, do mesmo modo que a imagem se sobrepôs ao ser, o estilo suplantou o conteúdo da arte. Traduzindo na maneira de se conduzir, no modo de fazer, a originalidade. Não importa mais saber o que é arte, na verdade, entretenimento. Tudo está no mercado, tudo é feito para ser vendido, assim, comercial tudo é, resta saber se o que está sendo vendido tem qualidade, originalidade, enfim estilo!

Afinal, o estilo é aquilo que diferencia o meramente comercial, do comercial com conteúdo artístico. De outra forma, é o estilo que diferencia o modismo, da vanguarda, a cópia, a falsificação do original. Ter estilo é ser criativamente natural. Ser diferente mesmo não querendo, ser apartado mesmo querendo ser comum.

É o estilo que diferencia a pornografia do erotismo, a sofisticação da futilidade, a riqueza da ostentação. Ele é a estrela que brilha, mesmo longe do foco. Uma linha tão tênue quanto possível. Porque duas obras com o mesmo conteúdo, uma poderá ter estilo e a outra não, assim como duas ações com a mesma finalidade.

A excessiva visualização em nossa sociedade, apenas demonstra à obsessiva busca por estilo, sem, no entanto, chegar a ele. A saturação não leva ao estilo, não eleva ao ser, apenas enfatiza o vazio da aparência. Trata-se da armadilha estética multiplicada pelo egoísmo e o egocentrismo. Nossa sociedade é um ente vazio de estilo, dominado por modismos e o egocentrismo é seu centro. Até o egoísmo perdeu sua vez, em nosso universo autista.

A imagem pode ter estilo natural, pode ser modificada e manipulada de forma mais radical em busca do estilo, não requer conteúdo construído, pode ser apenas o estilo instintivo. Assim, é a melhor das escolhas para nosso conjunto vazio moderno.

Por fim, a estética tornou-se jovem, ou melhor, um culto a juventude, um horror ao envelhecimento, e por fim a morte. Afinal, o culto total ao parecer, deve ser mantido sobre a crença que durará para sempre. E como tudo é vazio de conteúdo, o acumulo dele que a experiência trás, não deve ser mostrado, melhor pode até dirigir o show, mas nunca participar dele.

Não existe forma melhor aqui que uma mulher jovem e bela, sua superexposição será feita até o limite, por fim, será descartada, por outra mais jovem, afinal o espetáculo não envelhece, só seus artistas. E ter estilo é o oposto, ele nunca envelhece e não depende da beleza estética. Pode ser natural ou adquirido pela experiência.

Ter estilo é antes de tudo assumir nossa perenidade e a frugalidade do presente. Somos nós que passamos, deixados para trás pelo tempo.

Eu

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