Prólogo

Gostaria de explicar, ao menos entender porque comecei a escrever poesia ou algo do gênero, e como tudo começou. Minhas lembranças me levam, antes mesmo de minha adolescência, independente da minha vontade, parece ser tudo coisa da estupidez do momento ou obra do acaso. Como explicar a vida ou uma existência?

Também não se trata de um dom, escrever como faço é mais um tipo de compulsão, esta aqui é a minha. Assim, convido o leitor a tentar entender minha viagem de vida, meus pensamentos, delírios e outras loucuras próprias. O que procurava? Nem sei, mas não consigo viver sem pensar, sentir sem registrar tudo em algum lugar, o transcrito aqui é o transbordar da minha individualidade, além do suportável por ela.

Se é possível definir o que faço, o leitor verá como o lirismo, o romantismo, o niilismo e a inocência perdida se fundiram de tal forma, tornando um ser perdido e apartado do momento. Minha energia se foi, e o Universo que a tenha em bom lugar. Decidi que esse momento era o propício para iniciar este projeto, não me perguntem porque, não tenho esta resposta no momento.

Os textos postados aqui são de minha autoria , não estão em ordem cronológica, mas conforme os postarei aqui. Sempre assinei meus textos com o pseudônimo "EU". Nem tudo será poesia, nem tudo será coerente ou sábio. Afinal, posso ser tudo, menos sábio...

EU

domingo, 28 de dezembro de 2008

Vida Bela

A vida é bela
é vela
que irradiamos
com o seu queimar

Nossas velas
se apagam com o vento
queimam com o tempo
Viva!
Sem medo do vento
tudo tem seu tempo

Meu calor
não vai te queimar
não se canse de tentar
não deixa o tempo passar

O luar virá
não de dia
mas um dia
sem aguardar
tudo acabará

Quem viveu
verá
e não terá
o que lamentar

Mas não se desespere
não espere sozinha
Por quê?
Não vai adiantar.

Eu

domingo, 19 de outubro de 2008

Sonâmbulo

Meu sono me deixou
em meio
à noite em claro.

Este sem fazer noturno
acordou comigo.
Pela manhã
meu sorriso o Sol ofuscou
o nada veio e ficou.

De resto tudo é fim
sem começo ou meio.

E nem ao menos
alguém ficou
para cuidar de mim.

Eu

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Danem-se!

Dane-se o mundo
e seus moribundos!
Dane-se a razão
e todas as suas coisas!

Fiquem os restos
dos rejeitos!
Os sujeitos
que encontrem
seus defeitos!

Estou pouco feito
a tudo
seja muito
seja pouco
seja demais!

O saco encheu
transbordou
de idiotices parafraseadas!

Estou opaco
e turvo
criou-se limo
em minha retina!

Cuspi meu cérebro
de manhã
fiz tolices
até o anoitecer!

Vou andar sozinho
dar voltas
por cima de minha lápide
Danem-se!

Eu

domingo, 27 de abril de 2008

Brincadeira

Eu brinco com as palavras
Meu brinquedo é a vida
Nunca canso de brincar
brinco com a brincadeira
brincadeira de menino
brinquedo da vida
brinco com o brinquedo
vivo de brincadeira
brinco de viver

Sou um brinquedo
brinquedo do tempo
vou brincar até a brincadeira acabar
não esconda seu brinquedo
não estrague a brincadeira
venha brincar comigo.

Eu

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Pintura

A pintura na tela dança
se transforma
se debate
na forma plana
seu limite
em espaço físico se traduz
tenta fugir
muda de cor e forma
tentando ganhar algo mais real
do que sua própria imagem
pode ainda não parecer.

A realidade é escada
e cada degrau que subimos
nele mais nos perdemos
o chão então se desfaz
na distância de cada degrau abandonado
e de cima
perde-se toda a noção de sentido.
O sentimento se desfaz
em impressões vagas dos lances percorridos
e tudo em volta se sucumbe
em restos de suores frios
cortando o elo da corrente deixada para trás.
Vejo-me do alto da escada
disposto a abandonar
esta subida
que consome meu vagar
a ponto de
do alto me lançar
em busca do amado chão.

Eu